1. |
Intro
01:04
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(instrumental)
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2. |
Sobre Omitir
02:13
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Talvez o sonho por totalidade não tenha sido em vão
mas nos apavoramos com nossa própria intolerância.
Agora o cinza das cidades nos impede de ver
o sangue em nossas mãos.
Vejo o seu olhar e posso sentir o seu pesar
Tarde demais pra se notar agonizante
se tudo o que nos resta é celebrar
o ódio e a desilusão.
Talvez esse egoísmo que hoje entope suas veias
não seja nada mais que seu instinto - tentar sobreviver
e em meio a esse novo paradigma
consumindo sua mente, não há mais o que fazer.
Vejo o seu olhar e posso sentir o seu pesar
Tarde demais pra se notar agonizante
se tudo o que nos resta é celebrar
o ódio e a desilusão.
Já que nesse jogo as cartas foram dadas
e o mediador não será você
busque um novo acorde pra tentar aliviar
a solidão.
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3. |
Sangue Industrializado
02:36
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Seduzidos pelo caos e rendidos pela ganância
por querer devorar a solidão
permitindo-se estar cada vez mais sós
entre as paredes ilusórias
que te impedem de ver, sentir e ouvir
Muito mais que um fato, mais que uma regra.
E a carne crua que insiste em deixar
vestígios da podridão de nossa vaidade.
Dos impérios atuais a febre devastadora de amanhã.
Nos odores sociais, como sangra a ferida
que nós mesmos criamos aqui.
Também ouvimos falar sobre redenção
e definitivamente, não se purifica
o espírito com sangue!
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4. |
Outono
02:19
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Sobre as noites em que os estalos dos ponteiros
de um relógio desregulado fizeram lembrar
que a próxima estação não espera até trazer
novos ventos capazes de ressecar
nossos joelhos, nossos lábios e tudo aquilo que sentimos
e assistimos ruir.
Um enxame de sensações que agora não inflamam mais,
já não fazem inchar.
Confrontam e morrem neste ponteiro que não aponta
pra lugar algum.
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5. |
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Caminhamos rápido demais
e sem saber ao certo pra onde.
Queremos rir,
mas às vezes parece impossível quebrar o que já foi quebrado
E é bem verdade que nossas vidas são mesmo diferentes
dos últimos livros que temos lido.
Impulsionados por ardentes desejos
e reprimidos pela moral
só fizemos escavar a fundo da dor
onde reina o frio
Infelicidade recíproca
minhas unhas sujas de tanto rancor.
Seguro em suas mãos tão limpas, porém tão frias.
O que reflete me faz dizer
o que nunca foi dito aqui
e para um texto sem nexo invento uma melodia
que faz ressuscitar um ritmo morto
mais um ritmo morto? Dançaremos o ritmo morto.
Mais uma noite em vão?
Somos muito mais que isso.
Mais uma noite em vão?
Somos muito mais que vícios
muito mais que regras.
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6. |
(Re)Negociação
03:05
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Por onde devo começar?
De quando deixei palavras por dizer
ou da vingança que jurei e não cumpri?
Agora pouco importa!
Se já não cumpro o que prometo
e não sou mais quem finjo ouvir.
As placas desta avenida dizem: “Tanto faz!”
Enquanto a carne sangra
até dispenso a vida calma
A felicidade é sempre tão fugaz.
E no silêncio virulento que hoje me escapa
cuspo um mar de desprazeres viçosos
desenterrando sentidos
que desde sempre martelam meus ombros
Soluço um grito por entre os dentes
um brado ao infinito
Isso nem sempre me faz sentir
Resistir é tão pouco
quando a altura dos muros determina
o valor de suas obsessões
Sussurrando frases que já foram berradas
aqui não se sente nada que não seja o mau cheiro
de uma liberdade cativa e infectada pela agonia.
Sim, nos tornamos bons soldados e já não temos muito a dizer!
Só nos resta a lembrança do tempo em que pensávamos ter escapado.
Uma atmosfera de eternidades reduzidas a pó.
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7. |
Quebrar a Engrenagem
02:35
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Pouco tempo prestes a me tornar
mais vulnerável pelas próximas oito horas
eu acordo com o ronco de um motor
Produzir, exportar, vender, comprar, especular
Muitas metas, poucas pernas.
Vários métodos frágeis demais
Relógios, cargos, bombas
pessoas prostituídas às paixões
de verdadeiros bandidos civis.
Quanto vale cada frustração
nesse dinamismo de interesses pessoais?
Quanto vale cada frustração nesse dinamismo?
Olhar o espelho e enxergar
o pilar de sua própria emancipação
mas fingir não ver, não fará de você
menos matéria-prima
no processo de construção das bases
de sua própria extinção.
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